Área Estadual de Proteção Ambiental Serra do Lajeado
Zoneamentos
Plano de Gestao Criado: Sim
Outros instrumentos de Planejamento e gestão: Sem informação Declaração de Significância : A área da APA Serra do Lajeado constitui um importante componente da conectividade entre as diversas unidades de conservação do Estado do Tocantins. Ocupa uma situação estratégica por sua situação geográfica privilegiada na região central do Estado, atuando como zona de amortecimento em relação ao Parque Estadual do Lajeado e às regiões urbanas de Palmas, Taquaralto, Taquaruçu e Lajeado; e, na manutenção da biodiversidade em relação às demais unidades de conservação.
A APA encontra-se diretamente relacionada com a Reserva Indígena Xerente e com a APA do Lago do Lajeado, e indiretamente através da área de preservação permanente do rio Tocantins com o Corredor Ecológico Paranã-Pirineus.
Segundo os levantamentos realizados e as fontes de dados disponíveis constata-se que nessa área encontram-se espécies de animais silvestres ameaçadas de extinção como a onça-pintada - Panthera onca; a suçuarana – Felis, Puma - concolor; a lontra - Lutra longicaudis; a ariranha - Pteronura brasiliensis; o tamanduá-bandeira - Myrmecophaga tridactyla; e o guará - Chrysocyon brachyurus.
Os hábitats faunísticos da APA Serra do Lajeado assumem especial relevância pela presença de um gradiente variado de tipologias vegetais, que variam desde as formações campestres até as formações florestais, que representam zonas de refúgio e corredor de migração a uma acentuada parcela da fauna regional.
A conservação desses ambientes representa uma possibilidade da manutenção do intercâmbio gênico entre as populações de mesmas espécies e o favorecimento à disseminação de propágulos vegetais através de espécies disseminadoras, em especial de primatas, mamíferos roedores, quirópteros e aves frugívoras.
Quanto à significância da Área de Proteção Ambiental Serra do Lajeado, fundamentada nos aspectos abióticos destacam-se os parâmetros morfoestruturais, morfopedológicos e hidrogeológicos. Com relação aos parâmetros morfoestruturais, considera-se a imposição do relevo atual, caracterizado pela Serra do Lajeado. A diferença altimétrica entre a Depressão do Tocantins (200m) em relação aos topos pediplanados do Planalto Residual do Tocantins (600 a 700m), representa um desnível de aproximadamente 400 a 500 metros. Esse desnível é marcado por paredões abruptos, denominados por escarpas estruturais ou escarpas erosivas, sustentadas pela resistência das camadas silto-areníticas da Formação Pimenteiras ou ainda pelos concrecionamentos lateríticos das formações superficiais. As escarpas normalmente acham-se caracterizadas por uma cornija estrutural e estruturas ruiniformes, marcada pelas seqüências silto-areníticas da dita formação, imediatamente revestidas por detritos provenientes da desagregação mecânica ou remobilização de concreções que foram aluídas e transportadas pela erosão remontante. Abaixo das seqüências sedimentares da Formação Pimenteiras constata-se a presença de arenitos grosseiros da Formação Serra Grande, normalmente individualizados por estratificações cruzadas, as quais favorecem o desenvolvimento de pseudo-cavernas superficiais (abrigos). A partir de então constata-se a crescente participação dos depósitos correlativos, associados a materiais detríticos de montante, que culminam com os fundos de vale representados pelas estruturas graníticas ou granulíticas do Complexo Goiano.Em tais circunstâncias são evidenciadas dales ou veredas, algumas das quais ainda preservadas quanto às suas especificidades. A presença de formas bizarras, como a Serra do Segredo, nas proximidades da sede do município de Lajeado, referem-se a feições de beleza cênica, desligadas da serra por processo de erosão remontante comandada principalmente pelos cursos de primeira ordem. Também os “vãos”, elaborados a partir de intervenções tectônicas, como a própria falha do Lajeado, favoreceram o processo de superposição do sistema hidrográfico, ora ortoclinal em relação à disposição do mergulho dos sedimentos que integram a Bacia Sedimentar do Parnaíba, como o ribeirão Lajeado (NNW-SSE), ora anaclinais, como o ribeirão do Ágio e do Cedro, associados a sistema secundário de fraturas perpendiculares (W-E).
Quanto aos aspectos morfopedológicos registra-se a importância sobretudo dos solos Podzólicos Vermelho-Amarelos distróficos presentes nos compartimentos dos “vãos”. Embora portadores de certa vulnerabilidade em função da constituição estrutural, apresentam significativa fertilidade, principalmente na seção côncava do debris slope da falda da serra, aliada à presença de água.
A constituição das seqüências litoestratigráficas que representam a Serra do Lajeado, sobretudo os arenitos grosseiros da Formação Serra Grande, e mesmo os reflexos da tectônica, representada por processo de falhamento (NE-SW ou ENE-WSW), favorecem o armazenamento hídrico e a quase total perenidade do sistema fluvial. No período de chuvas, os cursos de primeira ordem, que nascem na seção das cornijas estruturais ou nas formações superficiais que as revestem, formam cachoeiras intermitentes ou mesmo perenes, como na bacia hidrográfica do ribeirão Taquaruçu Grande. Essa importante área de recarga marcada principalmente pela constituição litoestratigráfica responde pelo abastecimento e perenidade do sistema fluvial que corta a serra, valorizando ainda mais a potencialidade de uso dos compartimentos referentes aos “vãos”.
O conjunto representado pelos componentes físicos, como escarpas estruturais, morros testemunhos, cavidades naturais que constituíram abrigos pré-históricos, encachoeiramentos além das potencialidades edafológicas e hidrográficas, fazem da APA Serra do Lajeado área de expressiva significância, justificando a sua valoração como Unidade de Conservação.
Status do Documento: Concluido Grau de Implantação: Implantado Parcialmente
Documentos Plano de Manejo
Plano de Manejo
Tipo: Versão para Consulta Data da Aprovação: baixar (3.7 MB)