SOBRE A UNIDADE
O Parque Estadual do Cantão - PEC é considerado uma das áreas protegidas mais importantes da Amazônia brasileira (TOCANTINS, PUP/PEC, 2004, p. 15). Sua riqueza biológica deve-se ao fato de que o Cantão, formado como um delta pelo rio Araguaia, Javaés e do Côco, apresenta mais de 800 lagos e um ecótono entre o Cerrado e Floresta Amazônica.
Complementando sua riqueza, o Parque detém grande diversidade e algumas espécies ameaçadas de extinção. Seu estado de preservação, sua função como recurso para a alimentação e berçário para a reprodução de abundantes populações de peixe do médio Araguaia colaboram ainda mais para a justificativa da importância de sua existência.
De acordo com estudos realizados o PEC detém cerca de 44 espécies de mamíferos, 316 de aves, 22 de répteis, 17 de anfíbios, 56 espécies de peixes e 134 espécies de plantas vasculares. Outras 53 espécies de aves e 6 de mamíferos foram registradas no entorno do PEC, porém não exatamente em seu interior.
As populações de espécies ameaçadas de extinção como a onça-pintada (Panthera onca), a ariranha (Pteronura brasiliensis), o jacu-de-barriga-castanha (Penelope ochrogaster) e o pirarucu (Arapaima gigas), fazem-no especialmente valoroso para a biodiversidade.
Missão: Preservar uma amostra relevante do bioma amazônico no estado do Tocantins, localizado num ecótono em ambiente de lagos que funciona como berçário natural de peixes para o médio Araguaia e, em parceria com as comunidades do entorno promover atividades de pesquisa científica, turismo sustentável e educação ambiental.
Visão: Ter o ecossistema do Cantão protegido com o apoio da comunidade do entorno.
Objetivos específicos: proteger a fauna, flora e os recursos naturais com potencial turístico contidos no seu interior, de forma que garantam o seu aproveitamento racional sustentável de forma compatível com a conservação dos ecossistemas locais. É um parque de ecótono triplo, abrangendo floresta amazônica, cerrado e pantanal.
Área: 90.017,89 hectares
Localização: encontra-se na região centro-oeste do Estado do Tocantins, a uma distância de 250 quilômetros de Palmas, capital do Estado. Está situado ao norte da Ilha do Bananal, grande planície aluvial, limite com o Parque Nacional do Araguaia, formando assim um conjunto de unidades de conservação com mais de 700.000 ha.
Clima: úmido. O período de cheia é de outubro até abril ou maio, quando quase toda a precipitação de 2.000 milímetros do Cantão cai na forma de chuvas torrenciais.
Relevo: o Cantão é uma ampla planície aluvial composta em sua maioria por areias quartzosas, sedimentos depositados pelos ios Javaés e Araguaia.
Vegetação: a flora inclui espécies típicas do Cerrado, da Amazônia e de habitats ribeirinhos; é provável que o Parque abrigue as maiores populações intactas das espécies típicas dos varjões e florestas sazonalmente inundáveis do Araguaia.
Fauna: a ictiofauna do Parque é diversa e abundante; até agora foram identificadas mais de 150 espécies de peixe. A herpetofauna do Cantão apresenta grande número de tartarugas e o jacaré-açu, espécies ameaçadas de extinção fora do Parque. Sua avifauna é rica e variada, com 128 espécies já identificadas. Os mamíferos mais comuns nos corpos de água do Cantão são as ariranhas e os botos cor-de-rosa.
Acesso: a partir de Palmas, a via de entrada ao Parque mais direta é pela cidade de Caseara. Pode-se chegar à cidade por vôos charter que duram 40 minutos. Também é possível chegar em Caseara por via terrestre (3 horas) pela rodovia TO-080, que liga esta cidade à Palmas. O Parque é acessível por via fluvial desde o povoado de Barreira dos Campos, no Estado do Pará, que fica do outro lado do rio Araguaia. Há outra rota de acesso, menos direta, de Palmas a Pium, e de lá por rodovia sem asfalto até o rio Javaés, no limite sul do Parque, a partir da fazenda Macaúba. De um porto rústico, é possível descer o rio Javaés até o Parque.
Atrações: O Parque Estadual do Cantão conta com um Centro de Visitantes e as trilhas do Muricí e do Ferrugem, localizadas na área administrativa do Parque, além da Trilha do Cega-Machado localizada no interior da Unidade, distante aproximadamente 50 minutos de barco da sede.
Infra-estrutura disponível: Centro de visitantes, administração, alojamentos para técnicos, casa da gerência, hangar e pista de pouso (1.000 metros).
Aspectos culturais e históricos: os índios Karajás foram os primeiros habitantes da área de influência direta do Parque. Os núcleos populacionais da região se formaram a partir da exploração de cristal nas décadas de 1930 e 40. Depois, permaneceram muitos garimpeiros na região dedicando-se a agricultura e a pecuária. Em 1930, chegaram a Caseara e construíram seus ranchos na área do centro urbano. Em 1942, veio morar em Caseara um senhor com o nome de Case, que passou a comercializar mercadorias com barqueiros e fazendeiros das regiões vizinhas. Devido a isso, a aldeia ficou conhecida como Casé. A cidade passou a chamar Caseara em homenagem ao senhor Casé e ao rio Araguaia.
Ameaças: caça e pesca predatórias, coleta de ovos de quelônios, desmatamento, queimadas, agricultura intensiva com irrigação na bacia à montante e recreação desordenada nas praias.
Relação da UC com o entorno: a área de influência direta do Parque é dominada pelo povoado de Caseara (TO) e Barreira dos Campos (PA) no norte; fazendas no leste, às margens do rio do Côco (TO), e a oeste, às margens do rio Araguaia (PA); ao sul, está o Parque Nacional do Araguaia.
Data | Tipo Doc. Legal | Finalidade Documento | Área (ha) |
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14/07/1998 | Decreto | Criação | 90017.89 |
Áreas Protegidas - Telefone: (63) 3218-2678